Ilana Gritzovsky, ex-prisioneira de guerra israelense, libertada pelo Hamas via trégua, em novembro de 2023, acusou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de ordenar a morte dos reféns, ao instaurar seu plano de ocupação da Cidade de Gaza.
Em contato com a rádio militar, neta quinta-feira (18), Ilana insistiu que o plano de Tel Aviv são uma “sentença de morte”.
“Quantas famílias terão de passar pelo luto antes que [Netanyahu] ouça ao chamado das pessoas?”, questionou Ilana, ao notar que seu parceiro, o soldado Matan Zangauker, com quem pretende se casar, permanece em custódia.
Ilana diz que não consegue trabalhar diante da guerra: “Eu sei o que passam os reféns. A cada avião que passa, cobrimos a cabeça. Certa vez, eu mesma tive de fugir de destroços que caíam”.
Ilana esteve entre os 109 prisioneiros de guerra libertados sob acordo, sob a mediação do Catar, Egito e Estados Unidos, em troca de 400 presos políticos palestinos e breve acesso humanitário a Gaza.
A primeira trégua — como a mais recente, entre janeiro e março deste ano — implodiu, no entanto, com a retomada de Israel de sua campanha militar, em dezembro.
No início do mês, o gabinete de Israel aprovou a plena ocupação de Gaza, a começar pela cidade homônima. Nesta semana, o exército lançou uma nova invasão por terra. Relatos notaram disparos aéreos, artilharia e uso de robôs explosivos.
Israel estima 48 reféns ainda em Gaza, vinte deles vivos. Em contrapartida, são ao menos 11 mil palestinos detidos arbitrariamente nas cadeias da ocupação, sob violações graves, incluindo fome, tortura, negligência médica e mesmo abuso sexual.
Famílias dos israelenses detidos acusam Netanyahu de negar um acordo e procrastinar a guerra em causa própria, receoso do colapso do governo e eventual prisão por corrupção, nos três processos em curso na Justiça nacional.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro de 2023, como punição coletiva a uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados. Desde então, são mais de 65 mil mortos e dois milhões de desabrigados em Gaza, sob cerco e fome.
Na terça-feira (16), após extensa análise, a Comissão Independente de Inquérito da ONU reconheceu o genocídio, ao seguir a aquiescência, de janeiro de 2024, da corte preliminar do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, que indiciou Israel.
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