O Monitor Euromediterrâneo, ong radicada em Genebra, denunciou Israel por adotar uma política deliberada de apagamento de patrimônios históricos e culturais de Gaza, prática conhecida como memoricídio.
Segundo a organização, a agressão em curso contra a Cidade de Gaza, com bombardeios a bairros históricos, casas centenárias, bazares, mesquitas, igrejas, bibliotecas, museus, arquivos e cemitérios, ameaça varrer do mapa resquícios arqueológicos do enclave, bem como seu patrimônio tangível e intangível.
O grupo destacou que as ações de Israel transcendem o assassinato em massa de civis e a destruição de casas, ao alvejar sítios culturais e religiosos, como parte de estratégias e práticas geopolíticas amplas, voltadas a apagar a memória palestina.
Tamanha destruição, concluiu, representa um golpe incomensurável à memória coletiva, integral ao âmago da identidade palestina.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 64 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as mortes, ao menos dezoito mil são crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
![Destruição causada por bombardeios israelenses ao bairro de Rimal, na Cidade de Gaza, em 13 de setembro de 2025 [Abdalhkem Abu Riash/Agência Anadolu]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2025/09/AA-20250913-39105034-39105018-ISRAELI_ATTACK_ON_THE_RIMAL_NEIGHBORHOOD_OF_GAZA-1-scaled-e1757928024666.webp)