clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Flotilha Global Sumud: Dezesseis barcos partem a Gaza de porto na Tunísia

15 de setembro de 2025, às 13h10

Embarcação da Flotilha Global Sumud parte do porto de Bizerte, na Tunísia, com destino a Gaza, em 14 de setembro de 2025 [Mohamed Mdalla/Agência Anadolu]

Dezesseis barcos da Flotilha Global Sumud zarparam de portos na Tunísia na noite deste domingo (14) rumo a Gaza, para romper o cerco militar israelense ao território palestino, confirmou Khaled Boujemaa, ativista do ramo do Magrebe da iniciativa.

“Onze barcos deixaram o porto de Bizerte, no norte da Tunísia, entre as noites de sábado e domingo”, reportou. “Três barcos partiram no domingo do porto de Gammarth, na capital Tunís, com destino a Gaza”.

Duas outras embarcações deixaram o porto de Sidi Bou Said, também em Túnis, com uma última ancorada, porém pronta a sair, ao finalizar procedimentos de logística.

No domingo, Ghassan al-Hnashiri, um dos porta-vozes magrebinos da flotilha, observou: “Dois barcos tunisianos deixaram Gammarth na tarde de domingo, em viagem pelo fim do bloqueio … Um terceiro se prepara para deixar Gammarth em breve”.

 

A Flotilha Global Sumud, com centenas ativistas de ao menos 44 países, incluindo Brasil, partiu de Barcelona, na Espanha, em agosto, rumo a um ponto de encontro na Tunísia. Na última semana, ataques a drones incidiram à flotilha — sem baixas.

Entre os tripulantes, estão a ativista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila, o ator irlandês Liam Cunningham e a ex-prefeita de Barcelona, Ada Colau.

Duas iniciativas prévias — com apenas um barco cada: Madleen, em junho, e Handala, no mês seguinte — foram interceptadas ilegalmente em alto-mar por Israel.

Israel mantém embargo quase absoluto à assistência humanitária a Gaza, ao assumir o controle da distribuição mediante a chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês), mecanismo militarizado responsável por mais de mil mortes.

As ações israelenses, investigadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, deixaram ao menos 64 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome, desde outubro de 2023.

No início de setembro, a Organização das Nações Unidas (ONU), através do consórcio da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), declarou oficialmente a fome generalizada em Gaza, com centenas de milhares afetados.