O presidente da Croácia, Zoran Milanovic, recusou-se nesta terça-feira (9) a se reunir com o ministro de Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, em visita oficial a Zagreb, ao citar a campanha em curso na Faixa de Gaza.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Milanovic afirmou nas redes sociais não entender a razão da visita de Saar, tampouco por que o primeiro-ministro Andrej Plenkovic, seu chanceler Gordan Grlic Radman e o líder do parlamento Gordan Jandrokovic decidiram encontrá-lo.
Para Milanovic, recebê-lo é “inaceitável”, em meio ao “genocídio contra o povo de Gaza”.
“Aceitar me reunir com alguém de seu governo seria aceitar a violência, a limpeza étnica e os crimes de guerra cometidos por Israel”, reiterou Milanovic.
O presidente criticou ainda políticos croatas por manterem apoio a enviados israelenses, em vez de aderir à onda ocidental de reconhecimento do Estado palestino.
Sobre analogias de cunho ideológico, observou: “Comparar a campanha israelense com a guerra da Croácia na década de 1990 é um tremendo erro. A Croácia de fato se defendia. Israel ataca brutalmente Gaza e mata dezenas de milhares de civis”.
Saar se deparou com protestos na capital, antes de seu encontro com Plenkovic.
A viagem integra esforços de Israel para romper a tendência de isolamento internacional, sobretudo após Estados europeus assumirem medidas e promessas para reconhecer um Estado palestino ou impor sanções à ocupação.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as mortes, ao menos dezoito mil são crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024. Governos e companhias podem ser implicadas como cúmplices ao longo do processo.
![Presidente da Croácia, Zoran Milanovic, em Zagreb, 25 de janeiro de 2022 [Stipe Majic/Agência Anadolu]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2025/09/20220125_2_51899021_72987969.webp)