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Milhares pedem prisão de presidente de Israel, em visita ao Reino Unido

10 de setembro de 2025, às 15h58

Protesto contra a visita do presidente de Israel, Isaac Herzog, a Londres, no Reino Unido, em 9 de setembro de 2025 [Zeynep Demir Aslim/Agência Anadolu]

Um protesto foi realizado em Londres nesta terça-feira (9) contra a visita do presidente de Israel, Isaac Herzog, ao Reino Unido, incluindo apelos por sua prisão, devido a seu apoio retórico e instrumental ao genocídio em Gaza.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Milhares se reuniram em frente ao escritório do primeiro-ministro Keir Starmer, no centro de Londres, como parte de uma “manifestação de emergência” contra a turnê de Herzog, que tem viajado pela Europa nos últimos dias.

Com bandeiras palestinas, cidadãos condenaram a recepção de Starmer. Entre os gritos de protesto: “Starmer, não pode se esconder, você é culpado por genocídio!”. Alguns dos cartazes descreveram Herzog como “presidente do genocídio”.

A multidão acusou Herzog de auxiliar e viabilizar o assassinato indiscriminado de civis em Gaza sitiada e reivindicou de Downing Street que acatasse e executasse um mandado de prisão contra o líder israelense.

Herzog passa por Londres por três dias, incluindo encontros com Starmer, parlamentares, lobistas e representantes da imprensa corporativa.

Alguns políticos britânicos ecoaram chamado contra uma reunião entre Herzog e Starmer. Dezenas de congressistas escreveram ao premiê para exprimir preocupação.

A viagem integra esforços de Israel para romper a tendência de isolamento internacional, sobretudo após Estados europeus assumirem medidas e promessas para reconhecer um Estado palestino ou impor sanções à ocupação.

Starmer alegou aderir ao reconhecimento na Assembleia Geral das Nações Unidas, salvo caso Israel acate medidas de desescalada. Porém, em carta ao parlamento, seu governo se negou a descrever a catástrofe em Gaza como genocídio.

Herzog é considerado centrista em Israel. No entanto, em 12 de outubro de 2023, aderiu a retórica desumanizante, ao antever punição coletiva. “Todos os palestinos são culpados; não existem inocentes”, disse o presidente.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as mortes, ao menos dezoito mil são crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024. Governos e companhias podem ser implicadas como cúmplices ao longo do processo.