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Em carta à ONU, Egito acusa barragem da Etiópia de violar a lei internacional

10 de setembro de 2025, às 16h31

Ministro de Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, em el-Alamein, na costa egípcia, em 9 de agosto de 2025. [Mohamed Elshahed/Agência Anadolu]

O Egito confirmou nesta terça-feira (9) encaminhar uma carta ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para advertir que ações unilaterais da Etiópia em sua nova barragem no Nilo violariam a lei internacional.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Em sua mensagem, o ministro de Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, descreveu a inauguração da Grande Represa do Renascimento como “ato ilegal unilateral”.

“Qualquer engano de que o Cairo lavaria suas mãos a seus interesses existenciais no Nilo são mera ilusão”, declarou a carta. “O Egito não permitirá que a Etiópia imponha controle unilateral a recursos hídricos compartilhados”.

O Cairo insistiu ainda ter o direito de adotar quaisquer medidas sob a lei internacional e a Carta da ONU “para defender os interesses de seu povo”.

A chancelaria alegou comedimento e diplomacia, mas acusou o país vizinho de “manter-se intransigente, procrastinar negociações e buscar impor um fato consumado”.

A Etiópia não comentou as acusações até então.

A represa no Nilo Azul, projeto multibilionário, foi inaugurada nesta terça-feira (9) após 14 anos de obras e disputas com as nações a jusante Egito e Sudão, que temem impacto às suas porções de águas para consumo, energia e agricultura.

Apesar de mediação internacional e da União Africana, os três países não chegaram a um acordo vinculativo, de longo prazo, sobre a gestão dos recursos naturais.