‘Somos reféns de nosso governo, não do Hamas’, diz colono em vídeo de Gaza

3 meses ago

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Guy Gilboa-Dalal, colono israelense capturado pelo Hamas, em um telão de Tel Aviv, em 9 de agosto de 2025 [Jack Guez/AFP via Getty Images]

O movimento palestino Hamas divulgou um vídeo nesta sexta-feira (5) como prova de vida do colono israelense Guy Gilboa-Dalal e outro prisioneiro de guerra em meio a escombros da Cidade de Gaza, sob bombardeios intensivos de Israel.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Pensávamos ser prisioneiros do Hamas — mas, na verdade, somos prisioneiros de nosso próprio governo”, notou Gilboa-Dalal, no registro. “Queremos que isso acabe e queremos voltar a nossas famílias”.

À câmera, o prisioneiro de guerra responsabilizou o regime do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pelo risco imposto a sua vida, nos 700 dias de bombardeios indiscriminados a Gaza, a despeito de apelos por cessar-fogo e troca de prisioneiros.

“Estou em pânico que o exército de Israel possa atacar a Cidade Gaza”, reiterou o colono. “Isso quer dizer que vou morrer aqui”.

Gilboa-Dalal acusou os líderes israelenses — incluindo Netanyahu e os ministros Itamar Ben-Gvir, de Segurança Nacional, e Bezalel Smotrich, das Finanças — de “mentir o tempo todo” e negligenciar o bem-estar de soldados e reféns.

“Eles não nos querem de volta”, acrescentou.

Gilboa-Dalal instou concidadãos a “protestar fortemente e pressionar o governo para que nos solte e acabe com a guerra”.

No vídeo, o colono de 24 anos — de um assentamento ilegal da Cisjordânia ocupada — se encontra com outro prisioneiro de guerra, cuja identidade foi confirmada mais tarde como Alon Ohel, de 22 anos. Ambos serviam o exército na ocasião de sua captura.

O Hamas tem por hábito divulgar registros de vida e das condições do israelenses cativos, ao insistir em salvaguardar sua segurança apesar da crise. Reféns, porém, são igualmente afetados pela fome endêmica em Gaza, sob cerco de Israel.

Em 18 de agosto, o movimento palestino confirmou aceitar uma proposta de cessar-fogo dos mediadores Egito e Catar. Israel jamais respondeu, exceto ordens de Netanyahu para seguir com operações para ocupar plenamente a Cidade de Gaza.

Tel Aviv estima ao menos 50 israelenses ainda no enclave, vinte dos quais vivos, após dois anos de campanha intensiva, contudo, inócua, salvo punição coletiva contra a população civil palestina, sob sítio e destruição.

Em contrapartida, são mais de 10.400 palestinos nas cadeias de Israel, em condições de fome, tortura, negligência médica e mesmo abuso sexual. Boa parte dos presos carece de devido processo, sem julgamento ou sequer acusação.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro de 2023, em retaliação a uma ação do Hamas sem precedentes, que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados. Mais de 63 mil palestinos foram mortos desde então, dezoito mil crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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