‘Seremos enterrados aqui, não deixaremos nossa terra’, dizem anciões de Gaza

Anciões e líderes comunitários em Gaza reafirmaram a determinação em permanecer no território e rejeitar os planos de deslocamento à força aplicados por Israel.

Abu Suleilan al-Mughni, líder comunitário, reiterou: “Não deixaremos Gaza. Ou morremos ou seremos enterrados neste solo. A morte é milhares de vezes mais digna, para nós, para nossas crianças, para nossas famílias, do que deixar nossas terras”.

Al-Mughni notou que a história deve registrar que não abandonaram Gaza, ao deixá-la aos ocupantes. “O que diríamos a nossas crianças se deixássemos nossa terra?”, questionou, ao corroborar que, em caso de exílio, não haveria retorno, sob os arbítrios de Israel.

“Migrar ou partir de Gaza é impossível”, acrescentou. “Quem precisar sair, pode sair, mas, do norte ao sul, Gaza é nossa terra e seremos enterrados aqui”.

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Al-Mughni notou o papel dos mais velhos em incorporar um exemplo de resiliência a suas famílias: “Hoje, vocês são a referência. Se saírem, todos seguirão vocês. Se continuarem firmes, todos continuarão com vocês”.

Abu Bilal al-Aklouk, um dos anciões, caracterizou o encontro como mensagem ao mundo: “Que vejam nossa resiliência, nossa dignidade, como as montanhas da Palestina. Somos firmes e inabaláveis, não desistiremos de nossa terra”.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há 700 dias, com mais de 64 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. As ações são genocídio, sob investigação do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia.