A Organização Árabe para Direitos Humanos no Reino Unido (AOHR–UK) ressaltou nesta segunda-feira (8) que a recepção do governo do presidente de Israel, Isaac Herzog, reflete hipocrisia do primeiro-ministro britânico Keir Starmer, bem como anuência ao genocídio em Gaza.
“Starmer tem sido vocal em pedir o fim da guerra, enquanto seu governo exporta armas a Israel e coopera com o país em todos os níveis”, alertou a associação em nota à imprensa. “Hoje, recebemos o presidente de um Estado cujo governo executa crimes de genocídio contra o povo palestino”.
Para a organização, Herzog, apesar de sua “posição cerimonial”, constitui um dos pilares do “regime fascista que engendrou o genocídio e continua a implementá-lo aos olhos do mundo”, para além de aderir a retórica genocida, ao declarar, em 12 de outubro de 2023, que “todos os palestinos são responsáveis; não há inocentes”.
“A mensagem de Starmer é clara”, prosseguiu o comunicado. “Continuem com as mortes, a destruição e a fome; continuem a demolir torres residenciais. Não se preocupem com declarações de repúdio; são meros exercícios de relações públicas para conter a pressão popular crescente na Grã-Bretanha”.
A visita, indicou o grupo, integra esforços de Israel para romper a tendência de isolamento internacional, sobretudo após governos europeus assumirem medidas e promessas para reconhecer um Estado palestino ou impor sanções à ocupação.
A organização instou os membros do Partido Trabalhista, de Starmer, e o público em geral a rechaçarem a visita e manter pressão ao governo por medidas concretas para dar fim à cooperação militar com Israel.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as mortes, ao menos dezoito mil são crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024. Governos e companhias podem ser implicadas como cúmplices ao longo do processo.
![Presidente de Israel, Isaac Herzog, na Polônia, em 24 de abril de 2025 [Omar Marques/Agência Anadolu]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2025/09/AA-20250424-37736687-37736672-80TH_EDITION_OF_THE_MARCH_OF_THE_LIVING.webp)