A União Europeia condenou nesta sexta-feira (5) os recentes ataques israelenses à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), ao destacar que as partes devem garantir a segurança e salvo-conduto de suas equipes, reportou a agência Anadolu.
Em informe a jornalistas da Comissão Europeia, Anouar el-Anouni, porta-voz, reafirmou a longeva posição do bloco sobre a missão de paz.
“Condenamos qualquer ataque a forças das ONU no Líbano”, apontou el-Anouni. “Todos os atores em campo têm a obrigação de assumir medidas necessárias para assegurar não apenas segurança, mas salvo-conduto de pessoal da ONU”.
El-Anouni instou as partes a respeitar o cessar-fogo, firmado em 27 de novembro de 2024, entre Israel e Hezbollah, assim como a Resolução 1701 do Conselho de Segurança, que determina fim das hostilidades.
El-Anouni confirmou ainda que Kaja Kallas, chefe de política externa da Europa, reuniu-se com o ministro de Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, em Doha, Catar, na quinta-feira (4) para discutir as negociações do acordo nuclear.
Kallas pediu acesso da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para monitorar as instalações iranianas, bem como seu estoque de urânio enriquecido.
El-Anouni insistiu que as obrigações de Teerã sob o Tratado de Não-Proliferação Nuclear permanece em vigor e que a diplomacia “segue em curso, de portas abertas”, apesar do início de um prazo de 30 dias para eventuais sanções.
Na quarta-feira (3), foi a vez do ministro de Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, de denunciar “graves ataques” de Israel a forças de paz no Líbano.
Ao se encontrar em Roma com Massad Boulos, assessor sênior dos Estados Unidos para África e Oriente Médio, Tajani destacou a importância da estabilidade libanesa e da Unifil, cujo mandato foi renovado recentemente até o próximo ano.
A Unifil reportou que drones israelenses lançaram ao menos quatro granadas contra suas tropas, que operavam em bases móveis ao longo da Linha Azul, a fronteira de facto entre Líbano e Israel, na manhã de terça-feira (2).
A missão da ONU intervém no sul do Líbano desde 1978, reforçada após a invasão de Tel Aviv ao Estado levantino em 2006, em conflito com o Hezbollah.
Em 8 de outubro de 2023, em paralelo ao genocídio em Gaza, Israel deflagrou disparos ao Hezbollah, que respondeu por vias balísticas. A troca evoluiu a guerra aberta em setembro seguinte, com invasão israelense por terra e quatro mil libaneses mortos.
Um acordo de cessar-fogo foi assinado em novembro, mas Israel manteve ataques quase diários ao sul do Líbano, para além de presença militar ilegal em ao menos cinco postos avançados ao longo da fronteira.








