Volker Turk, alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, apontou nesta segunda-feira (8) o fracasso da comunidade internacional em conduzir seus deveres para com Gaza, ao notar que os Estados prescindiram de ações para impedir o genocídio.
Na 60ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, Turk ressaltou que Israel é legalmente obrigado a acatar aos mandados do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, incluindo cessar-fogo, fim da incitação genocida e acesso humanitário.
“A comunidade internacional não está fazendo seu trabalho”, observou, durante a sessão de abertura. “Falhamos com o povo de Gaza”.
“Onde estão os passos decisivos para evitar um genocídio?”, acrescentou. “Por que é que os Estados não estão fazendo mais para parar esses crimes horríveis? É mais do que hora de dar fim ao fluxo de armas a Israel, usadas em violação da lei internacional”.
Turk condenou os quase dois anos de ataques israelenses a Gaza, com mortes em massa de civis, incluindo jornalistas, fome e obstrução de insumos para salvar vidas. De acordo com o oficial, trata-se de um “choque à consciência do mundo”.
“Estou aturdido pelo uso público de retórica genocida e vergonhosa desumanização dos palestinos por oficiais de alto escalão israelenses”, reiterou Turk.
Ao descrever Gaza como um “cemitério”, Turk advertiu que maior militarização, ocupação e anexação de terras levará somente a mais violência.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 64 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome.








