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Parlamentares italianos se juntam a Flotilha Global Sumud, rumo a Gaza

6 de setembro de 2025, às 06h02

Flotilha Global Sumud deixa Barcelona, rumo a Gaza, em 31 de agosto de 2025 [Esra Hacioglu/Agência Anadolu]

Quatro parlamentares Italianos se juntarão à Flotilha Global Sumud com destino a Gaza, com dezenas de barcos e centenas de participantes, reportou a mídia local nesta quarta-feira (3), segundo informações da rede Anadolu.

A delegação inclui os eurodeputados Benedetta Scuderi e Annalisa Corrado, bem como o deputado Arturo Scotto, do Partido Democrata, e o senador Marco Croati, do Movimento Cinco Estrelas (M5S)

“Nossos representantes decidiram pôr seus corpos na linha de fogo. Por favor, imaginem quão importante é isso”, comentou Maria Elena Delia, porta-voz da delegação italiana em coletiva de imprensa no Senado.

A liderança do M5S na Câmara dos Deputados notou, de sua parte, submeter uma moção à primeira-ministra Giorgia Meloni e seu ministro de Relações Exteriores, Antonio Tajani, sobre quais medidas o governo prevê para proteger seus cidadãos.

Giuseppe Conte, ex-premiê e líder do movimento, instou de Meloni proteção diplomática aos tripulantes, ao reiterar medidas similares da Espanha.

Elly Schlein, líder democrata, expressou pleno apoio à missão, para romper o cerco militar de Israel a Gaza. “A Flotilha Global Sumud está fazendo o que os governos da Europa e da Itália deveriam estar fazendo”, acrescentou.

A Flotilha Global Sumud, com cerca de 200 ativistas de 44 países, partiu de Barcelona, na Espanha, na segunda-feira (1º), após o mau tempo forçar seu retorno no dia anterior.

Dentre seus tripulantes, estão a ativista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila, o ator irlandês Liam Cunningham e a ex-prefeita de Barcelona, Ada Colau.

Embarcações da Itália e Tunísia se juntarão à missão, em um ponto de encontro na Sicília. Estima-se que a frota final contenha 500 pessoas e 60 barcos. A previsão é chegar a Gaza em meados deste mês.

Duas iniciativas prévias — com apenas um barco cada: Madleen, em junho, e Handala, no mês seguinte — foram interceptadas ilegalmente em alto-mar por Israel.

Israel mantém embargo quase absoluto à assistência humanitária a Gaza, ao assumir o controle da distribuição mediante a chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês), mecanismo militarizado responsável por mais de mil mortes.

As ações israelenses, investigadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, deixaram ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome, desde outubro de 2023.

Na semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do consórcio da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), declarou oficialmente a fome generalizada em Gaza, com centenas de milhares afetados.