Adnan Abu Hasna, assessor de imprensa da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), reiterou que a mortalidade por fome e doenças na Faixa de Gaza é muito mais alta do que o registrado oficialmente.
Abu Hasna explicou que muitos doentes e famintos morrem em silêncio, enterrados nas tendas ou arredores, sem acesso a serviços de saúde e, portanto, sem registro.
Segundo o oficial, os dados divulgados cobrem apenas aqueles que chegaram a clínicas e hospitais, com indícios abundantes de mortes não-registradas.
Abu Hasna alertou que a taxa de mortalidade se acelera conforme os sistemas de saúde e humanitário em Gaza.
Casos preconizados incluem doenças erradicadas até então, como meningite, para além da disseminação da hepatite pela devastação sanitária. Abu Hasna notou que as doenças podem “atravessar fronteiras” e chegar ao lado israelense.
O oficial da ONU destacou também que os corpos palestinos perderam a capacidade de resistir às doenças, por conta da inanição e subsequente queda na imunidade.
O porta-voz da UNRWA explicou que o setor vivencia ainda grave crise psicológica, com centenas de casos de enfermidades mentais e exaustão, por conta do cerco e da guerra, ao exacerbar a crise de sistemas vitais para a população.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados. A campanha é investigada como genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia.
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