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Mortes por fome e doenças em Gaza superam estimativas, alerta ONU

6 de setembro de 2025, às 06h00

Parentes de menina de quatro anos, vítima da fome, atendem seu funeral, em Khan Younis, no sul de Gaza, em 1º de setembro de 2025 [Hani Alshaer/Agência Anadolu]

Adnan Abu Hasna, assessor de imprensa da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), reiterou que a mortalidade por fome e doenças na Faixa de Gaza é muito mais alta do que o registrado oficialmente.

Abu Hasna explicou que muitos doentes e famintos morrem em silêncio, enterrados nas tendas ou arredores, sem acesso a serviços de saúde e, portanto, sem registro.

Segundo o oficial, os dados divulgados cobrem apenas aqueles que chegaram a clínicas e hospitais, com indícios abundantes de mortes não-registradas.

Abu Hasna alertou que a taxa de mortalidade se acelera conforme os sistemas de saúde e humanitário em Gaza.

Casos preconizados incluem doenças erradicadas até então, como meningite, para além da disseminação da hepatite pela devastação sanitária. Abu Hasna notou que as doenças podem “atravessar fronteiras” e chegar ao lado israelense.

O oficial da ONU destacou também que os corpos palestinos perderam a capacidade de resistir às doenças, por conta da inanição e subsequente queda na imunidade.

O porta-voz da UNRWA explicou que o setor vivencia ainda grave crise psicológica, com centenas de casos de enfermidades mentais e exaustão, por conta do cerco e da guerra, ao exacerbar a crise de sistemas vitais para a população.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados. A campanha é investigada como genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia.