Especialistas de direitos humanos das Nações Unidas condenaram a morte de mais seis jornalistas palestinos por forças israelenses em Gaza em apenas dez dias, ao advertir que a comunidade internacional deve agir antes de mais baixas.
As informações são da agências de notícias Anadolu.
“Instamos a comunidade internacional — Estados-membros e órgãos fundamentais das Nações Unidas — a agirem sem mais demora, antes que Israel silencie todas as vozes em Gaza”, declararam Irene Khan e Francesca Albanese, relatoras especiais para a liberdade de expressão e os direitos humanos nos territórios palestinos, respectivamente.
Ao menos 248 jornalistas foram mortos por Israel em Gaza desde outubro de 2023 — um recorde em conflitos modernos —, segundo os peritos.
“Por um lado, Israel continua a negar acesso à mídia internacional; por outro, mata com impunidade jornalistas locais, que são as únicas lentes profissionais do mundo à agonia do genocídio e da fome que transcorrem em Gaza”, ressaltou a nota.
Apesar da fome, deslocamento e disparos diretos, jornalistas permanecem reportando as atrocidades em campo, incluindo genocídio e fome, segundo as especialistas.
As últimas mortes sucederam escalada militar na Cidade de Gaza, após uma quinzena de um bombardeio israelense ao Hospital al-Shifa matar seis repórteres, incluindo Anas al-Sharif, da rede Al Jazeera. Dias depois, foi a vez do Hospital Nasser, em Khan Younis, com outros seis correspondentes mortos.
Albanese e Khan pediram investigações penais sobre os ataques, bem como indenização às famílias.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as mortes, ao menos dezoito mil são crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.








