O Papa Leão XIV reiterou nesta quinta-feira (4) apelos comedidos por cessar-fogo na Faixa de Gaza durante visita do presidente israelense Isaac Herzog ao Vaticano, reportou a rede de notícias Anadolu.
Durante audiência privada, Leão e Herzog discutiram, segundo comunicado, a demanda por um cessar-fogo urgente e acesso humanitário a Gaza, bem como libertação de todos os prisioneiros de guerra israelenses remanescentes no enclave.
Ambos abordaram ainda a solução de dois Estados, em meio a promessas ocidentais de reconhecimento do Estado palestino, à véspera da Assembleia Geral das Nações Unidas, na próxima semana.
Para Leão, de Chicago, “uma solução de dois Estados é a única saída da guerra”.
O Vaticano insistiu que a tratativa com o líder sionista — visto como moderado; contudo, também responsável por retórica desumanizante e retaliatória contra civis palestinos — priorizou a “situação trágica em Gaza”.
O pontífice alegou esperanças por um cessar-fogo permanente, além de acesso livre de ajuda humanitária a áreas afetadas, de acordo com sua assessoria.
Outro tópico foi a situação na Cisjordânia ocupada — sobretudo nas cidades cristãs —, e a “importante questão de Jerusalém”. Em conclusão, no entanto, o Vaticano notou “valor histórico” nas relações com Israel.
Leão é criticado por demonstrar recuo sobre seu antecessor, Francisco, no que concerne a contumácia das críticas ao genocídio em Gaza.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as mortes, ao menos dezoito mil são crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.








