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Israel bloqueou ao menos 40% das missões humanitárias a Gaza, estima ONU

5 de setembro de 2025, às 10h48

Palestinos buscam alimentos em posto assistencial da Cidade de Gaza, em 2 de setembro de 2025 [Abdalhkem Abu Riash/Agência Anadolu]

A Organização das Nações Unidas (ONU) que ao menos 40% das missões de distribuição humanitária em Gaza foram bloqueadas, impedidas ou indeferidas por Israel, somente na última semana, reportou a agência Anadolu.

Ao mencionar dados do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Stephane Dujarric, porta-voz, ressaltou que “as movimentações de agentes humanitários seguem postergadas ou impedidas”.

“Embora menos missões tenham sido diretamente negadas por Israel, ações autorizadas ainda demoram para ser concluídas, com equipes tendo de aguardar horas nas estradas, muitas vezes perigosas, congestionadas ou intransponíveis”, acrescentou.

Dentre 27 de agosto e 2 de setembro, segundo Dujarric, foram 86 tentativas de coordenar missões humanitárias junto da ocupação israelense, em toda Gaza, com 50 deferidas em um primeiro momento — ou 58% do total.

“Mais de um quarto, ou 22 missões, foram aprovadas inicialmente, porém impedidas em campo, além de cinco movimentações negadas e nove canceladas pelos organizadores, por razões logísticas, operacionais ou securitárias”, observou.

Dujarric citou entre as missões permitidas entrega de combustíveis, rotação de equipes e colega de insumos médicos ou água. Negativas abrangem resgate de bens nutricionais, inspeção de dejetos e reparo de vias a caminhões humanitários.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as mortes, ao menos dezoito mil são crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.