A Flotilha Global Sumud, iniciativa para romper o sítio ilegal a Gaza, denunciou “ameaças infundadas” do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, ao acusá-lo de tentar intimidar ativistas cuja missão tem fins humanitários.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Em nota, a coalizão condenou ainda “difamação dos tripulantes como terroristas”. Para a flotilha, a retórica “constitui violação flagrante do direito humanitário internacional e das Convenções de Genebra”.
Os organizadores, no entanto, reafirmaram sua determinação em proceder com a viagem, ao insistir que não serão dissuadidos por “acusações falsas” e “intimidação política”.
Em meio a ameaças, a ação reivindicou proteção da Europa. Uma delegação italiana que partiu da Catânia, observou: “Ao passo que nossos governos seguem incapazes de dar fim à crise, que se agrava dia após dia, não podemos assistir parados”.
Trinta barco partiram também de Barcelona, além de 20 da Tunísia, com parada nas Ilhas Baleáricas, da Espanha.
No domingo (31), Ben-Gvir apresentou um plano — a despeito da lei internacional — para reprimir a flotilha, incluindo detenção prolongada dos tripulantes estrangeiros.
A Flotilha Global Sumud, com cerca de 200 ativistas de 44 países, partiu de Barcelona, na Espanha, na segunda-feira (1º), após o mau tempo forçar seu retorno no dia anterior.
Dentre seus tripulantes, estão a ativista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila, o ator irlandês Liam Cunningham e a ex-prefeita de Barcelona, Ada Colau.
Embarcações da Itália e Tunísia se juntarão à missão, em um ponto de encontro na Sicília. Estima-se que a frota final contenha 500 pessoas e 60 barcos. A previsão é chegar a Gaza em meados deste mês.
Duas iniciativas prévias — com apenas um barco cada: Madleen, em junho, e Handala, no mês seguinte — foram interceptadas ilegalmente em alto-mar por Israel.
Israel mantém embargo quase absoluto à assistência humanitária a Gaza, ao assumir o controle da distribuição mediante a chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês), mecanismo militarizado responsável por mais de mil mortes.
As ações israelenses, investigadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, deixaram ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome, desde outubro de 2023.
Na semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do consórcio da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), declarou oficialmente a fome generalizada em Gaza, com centenas de milhares afetados.








