Autoridades da ocupação israelense mantêm hoje 11.040 prisioneiros palestinos, dentre os quais 3.577 em detenção administrativa — sem julgamento ou acusação —, reportou nesta terça-feira (2) a ong de direitos humanos HaMoked.
O dossiê, com base em dados oficiais do Serviço Penitenciário de Israel, confirmou 1.450 presos condenados, 3.351 à espera de julgamento e ao menos 2.662 classificados como “combatentes ilegais” — sobretudo, sequestrados em Gaza.
A HaMoked corroborou o fato de que a maioria das prisões ocorreu ao longo do genocídio em curso em Gaza, desde outubro de 2023, mediante prerrogativa geral de que quaisquer palestinos capturados no enclave seriam “combatentes ilegais”.
A designação, sob a lei israelense, permite à ocupação prender sem devido processo — indiciamento, julgamento e sentença —, embasado em “arquivos secretos” preparados pelas forças de segurança; na prática, sem direitos cívicos ou legais.
Paralelamente, o mecanismo de detenção administrativa segue em vigor na Cisjordânia e Jerusalém Oriental ocupadas, com encarceramento por prazos renováveis de seis meses, sob pretexto de segurança, sem evidências levadas às cortes.
Anistia Internacional e Human Rights Watch (HRW), dentre outras, condenam a detenção administrativa como encarceramento arbitrário, empregue sistematicamente contra civis palestinos, em violação da lei internacional.
As Nações Unidas ecoam apelos pelo fim da prática, ao notar punição coletiva e infração das Convenções de Genebra.
Israel ignora as denúncias, ao manter recordes de presos políticos, sob opressão, tortura, fome, negligência médica e mesmo violência sexual.
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