O exército israelense sugeriu que o plano do governo para ocupar integralmente a Cidade de Gaza pode levar um ano de operações intensivas, com ao menos cem mortes entre os soldados, informou a televisão local.
Segundo o Canal 13, a operação pode ainda pôr em risco os soldados ainda em custódia do movimento Hamas, capturados em outubro de 2023. Tampouco há garantias, alertam militares, de vitória decisiva contra o grupo palestino.
As análises foram apresentadas durante longa reunião do gabinete de governo na noite de segunda-feira (1º), marcada por discussões acaloradas entre generais e ministros.
O encontro terminou com a decisão de avançar à ocupação de Gaza em vez de negociar uma cessar-fogo e troca de prisioneiros, muito embora David Barnea, chefe do serviço de inteligência Mossad, tenha apoiado abertamente os termos recentes.
Para Barnea, o plano acatado pelo Hamas, sob esforços de Egito e Catar — mediadores, junto de Washington — é “a única proposta hoje sobre a mesa”.
Diante da negative, o jornal hebraico Maariv confirmou a mobilização de 60 mil reservistas com destino a Gaza, após treinamento de três ou quatro dias.
Em campo, as divisões 99 e 162 já começaram a circundar a Cidade de Gaza. O batalhão 162 avança do norte, enquanto sua unidade paralela busca assegurar controle dos bairros de Zeitoun e Sabra nos próximos dias.
O exército ocupante prevê ainda um corredor sudoeste para evacuar os cidadãos a zonas restritas de Mawasi — denunciadas como “campos de concentração” —, para então dar início ao aplainamento das terras ocupadas.
Na sexta-feira (29), Israel declarou a Cidade de Gaza como “perigosa zona de combate”, após bombardeios contra áreas já assoladas por baixas civis e destruição generalizada da infraestrutura.
Segundo o gabinete de comunicação do governo em Gaza, o exército ocupante recorreu a robôs carregados de explosivos para aplicar uma estratégia de “terra arrasada”.
Em 8 de agosto, o premiê israelense Benjamin Netanyahu — foragido em 120 países sob mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia — aprovou um plano de reocupação escalonada de Gaza, incluindo transferências em massa.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados. A campanha é investigada como genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia.
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