O exército de Israel deflagrou novas campanhas de prisão em massa na Cisjordânia nesta terça-feira (2), ao deter residentes de diversas cidades ocupadas, incluindo o prefeito de Hebron (al-Khalil), Tayseer Abu Sneineh, conforme comunicado oficial.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Testemunhas reportaram ao menos 13 detidos no distrito de Nablus, norte da Cisjordânia. Um palestino foi hospitalizado após ser agredido por soldados, na aldeia de Kafr Qalil, na região, ressaltaram os relatos.
Outros dois foram detidos em Qalqilya, também no norte, bem como um em Ramallah, na zona central, sede da Autoridade Palestina.
A prefeitura de Hebron confirmou em nota que Abu Sneineh esteve entre os detidos pelas forças israelenses, nas primeiras horas da manhã, após invasão a sua casa, com danos e vandalismo a suas propriedades.
“Este ataque brutal não se volta somente contra o prefeito, mas contra a vontade do povo de Hebron e suas instituições eleitas, ao refletir um ataque flagrante à democracia e ao direito de gerir nossos assuntos e servir nossa cidade com liberdade e dignidade”, alertou a nota.
A câmara dos vereadores responsabilizou as autoridades de Israel pelo sequestro de Abu Sneineh e convocou organizações de direitos humanos a “assumir seus deveres morais e legais em pressionar por sua soltura imediata e fim da escalada contra a cidade”.
Israel mantém hoje em suas prisões cerca de 10.800 palestinos, incluindo 450 crianças e 3.629 em detenção administrativa — sem julgamento ou mesmo acusação. Os números, porém, excluem milhares de desaparecidos de Gaza.
Ao menos 1.016 pessoas foram mortas e sete mil feridas na Cisjordânia, no contexto do genocídio em Gaza, desde outubro de 2023, em meio a uma escalada que inclui anexação ilegal de terras e pogroms coloniais a cidades e aldeias palestinas.
Em julho de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, admitiu a ilegalidade da ocupação israelense na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em decisão histórica, ao pedir evacuação de colonos e soldados e reparação aos nativos.
Em setembro, a medida evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, por maioria absoluta dos votos e com prazo de um ano para ser implementada. À véspera de seu aniversário, no entanto, não há, no horizonte, aquiescência de Israel.
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