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Em ato simbólico, Barcelona declara cidades palestinas como 11º distrito

27 de agosto de 2025, às 14h46

Protesto com bandeiras palestinas condena ataque incendiário a mesquita de Piera, na região metropolitana de Barcelona, na Espanha, em 18 de julho de 2025 [Adria Puig/Agência Anadolu]

O prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, anunciou nesta terça-feira (26) que Gaza e outras cidades palestinas serão tratadas como o 11º distrito da cidade espanhola, para fins de cooperação e solidariedade, reportou a agência Anadolu.

Collboni revelou os planos durante visita à Jordânia, ao informar que o “novo distrito” será uma entidade técnica e orçamentária à parte dentro da estrutura municipal, ao complementar os dez distritos existentes e aprimorar relações com a Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

“Não se trata de uma cooperação com visitas eventuais, mas uma estrutura permanente, voltada a aproveitar o talento de nosso técnicos municipais”, afirmou o prefeito, ao preconizar uma estrutura similar “na Palestina, ou — se necessário — na Jordânia”.

O conceito segue um precedente de 1995, quando Barcelona designou Sarajevo como 11º distrito em apoio à recuperação bósnia pós-genocídio em Srebrenica.

A iniciativa tem orçamento inicial de €1 milhão (US$1.16 milhão), com ações de médio e longo prazo a partir do último trimestre de 2025, incluindo reconstrução.

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Nesta semana, Collboni prometeu ainda dobrar recursos para alimentos e medicamentos à UNRWA, a €400 mil, além de “ampliar” a cooperação com cidades como Gaza, Ramallah e Belém, via pessoal, estruturas e recursos municipais.

No fim de semana, Collboni confirmou que seu itinerário incluía Israel e Palestina, mas que autoridades da ocupação israelense negaram sua entrada.

“Realizaríamos uma missão de cooperação e paz, com diálogo com prefeitos de Ramallah e Belém”, escreveu o político espanhol nas redes sociais. “Nosso objetivo era conhecer a realidade das cidades palestinas e buscar maneiras de Barcelona ajudar neste momento crítico”

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, classificados como genocídio, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome.Neste entremeio, pogroms coloniais e incursões militares mataram também mil pessoas na Cisjordânia, além de sete mil feridos e dez mil detidos arbitrariamente.

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