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Alemanha aprova acordo de armas com Israel apesar de suposto embargo

27 de agosto de 2025, às 14h54

Bandeiras de Israel e Alemanha em frente ao parlamento em Berlim [Getty Images]

A empresa israelense Rafael confirmou nesta terça-feira (26) que o parlamento da Alemanha (Bundenstag) aprovou a venda de 90 sistemas de reconhecimento e rastreio do modelo Litening 5 para uso de jatos combatentes alemães.

Segundo a imprensa europeia, o comitê de orçamento do legislativo deferiu rapidamente os €250 milhões para o acordo, ainda em junho.

A confirmação desmente um anúncio recente do chanceler Friedrich Merz de que Berlim suspenderia parcialmente trocas militares com Israel, no contexto da crise em Gaza.

A fabricante de armas israelense enalteceu, em nota, a aquiescência do Bundenstag como reflexo de sua “parceria de longa data com a Alemanha e a contínua confiança desta nos sistemas da Rafael”.

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Para a empresa, o acordo coincide com “crescente interesse global em adotar sensores de múltiplo espectro e capacidades de precisão para disparos a distância segura, em cenários aéreos de ameaça”.

Apesar de críticas simbólicas a Israel, Merz resiste a ações contrárias ao genocídio em Gaza, incluindo ao obstruir a suspensão de um acordo de comércio no fórum da União Europeia, bem como sanções a ministros extremistas. 

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob destruição e fome.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024. Governos e empresas cúmplices podem ser implicados ao longo do processo.

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