A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou nesta terça-feira (26) que a evacuação do Hospital Nasser em Khan Younis, no sul de Gaza, bombardeado por Israel na segunda-feira, seria “mais do que desastrosa”.
“Não quero imaginar quais seriam as implicações se o complexo médico Nasser deixasse de operar”, comentou Rik Peeperkorn, emissário da OMS para a Palestina ocupada. “Seria mais que desastroso para um sistema de saúde já devastado e uma população que está sofrendo”.
Peeperkorn advertiu que não há planos de evacuação no momento e que “nunca deveria haver”, ao ressaltar a “importância crítica” do centro de saúde, como “o maior hospital de referência” remanescente em Gaza.
O emissário notou ainda que a taxa de ocupação do complexo superou 300% e que a OMS provém apoio tanto quanto possível.
Peeperkorn descreveu o duplo ataque israelense ao Hospital Nasser nesta segunda-feira — transmitido ao vivo, com ao menos 20 palestinos mortos, incluindo cinco jornalistas — como “completamente inaceitável”.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 62 mil mortos, 155 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob destruição e fome. Dentre as vítimas fatais, dezoito mil são crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.








