Bloco islâmico pede suspensão da filiação de Israel nas Nações Unidas

Ministros de Relações Exteriores da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), com 57 países, pediram nesta segunda-feira (25) que se avalie se a filiação de Israel às Nações Unidas está de acordo à carta do órgão, dadas violações na Palestina ocupada.

Os chanceleres ressaltaram urgência de coordenar esforços pela suspensão de Israel no fórum da ONU, bem como firme rejeição ao projeto da chamada “Grande Israel”.

Em sua declaração final à 21ª cúpula de política externa em Jeddah, na Arábia Saudita, a OCI condenou os planos israelenses, recém-aprovados, “para impor a plena ocupação e controle militar sobre Gaza”, além de “esquemas, independente da natureza, voltados ao deslocamento à força do povo palestino”.

O órgão rechaçou fortemente as declarações do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o projeto de “Grande Israel”, ao caracterizar os comentários como “irresponsáveis e prepotentes”, ao refletirem “extremismo, incitação e ataque à soberania dos Estados”.

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Para os ministros, as ações são violação da lei internacional e da Carta da ONU e ameaça à paz e segurança regionais e internacionais.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 62 mil mortos, 155 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob destruição e fome. Dentre as vítimas fatais, dezoito mil são crianças.

A campanha descarrilou uma onda de normalização entre regimes árabes e Israel, com Arábia Saudita como meta, em detrimento dos direitos palestinos.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por crimes de guerra e lesa-humanidade conduzidos em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.