Clínica de desnutrição sofre superlotação severa, alerta médico de Gaza

3 meses ago

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Criança palestina sobre de desnutrição severa em tenda de refugiados na Cidade de Gaza, em 20 de agosto de 2025 [Abdalhkem Abu Riash/Agência Anadolu]

Ahmed al-Farra, diretor do Centro Maternidade e Pediátrico Tahrir, no Hospital Nasser, em Gaza, alertou neste sábado (23) para severa superlotação em sua clínica, à medida que a fome sob cerco israelense atinge uma “fase crítica”.

Al-Farra apareceu em vídeo divulgado pelo Ministério da Saúde que registrou a crise. O médico notou que sua clínica — que consegue operar apenas dois dias por semana — está recebendo três ou quatro vezes a capacidade esperada de pacientes.

“Para cada dia em que estamos abertos, diagnosticamos não menos que 52 casos”, observou.

Al-Farra citou um paciente de 18 meses, com desnutrição aguda, pesando apenas 5.8 quilogramas, comparado a uma média de 11 a 12 quilogramas para a idade. Segundo o médico, a criança perdeu gordura subcutânea e massa muscular, tornando-se “como um esqueleto coberto de pele”;

O médico reiterou que a situação de saúde e humanitária em Gaza é “catastrófica”, ao notar que o território entrou no que descreveu como “fase decisiva da fome”.

Nesta sexta-feira (22), a Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC, em inglês) —mecanismo que reúne ongs e agências das Nações Unidas — confirmou fome de massa na Cidade de Gaza, projetada a chegar em Deir al-Balah e Khan Younis nas próximas semanas.

Segundo dados oficiais, mortes por fome em Gaza somam 281 vítimas desde outubro de 2023, incluindo ao menos 114 crianças.

O regime israelense mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 62.300 mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco e destruição. Dentre as fatalidades, dezoito mil são crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade conduzidos em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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