Vazamento militar de Israel admite 83% de mortalidade civil na Faixa de Gaza

4 meses ago

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Mulheres velam bebê morto por ataques de Israel no Hospital Nasser de Khan Younis, em Gaza, em 20 de agosto de 2025 [Abdallah F.S. Alattar/Agência Anadolu]

Cinco em cada seis palestinos mortos pelo Israel em Gaza eram civis, confirmaram dados sigilosos do próprio exército ocupante, conforme dados obtidos por reportagem conjunta do jornal britânico The Guardian, da revista israelo-palestina +972 e da rede em hebraico Local Call.

O vazamento identificou cerca de 8.900 supostos combatentes mortos ou provavelmente mortos em Gaza, até maio, com então 53 mil mortos no total. Em termos proporcionais, entre as baixas, dezessete porcento combatentes e 83% civis.

Os índices são “extremamente alta para os padrões modernos” — mesmo comparados a conflitos infames por mortes indiscriminadas em massa, como as guerras civis na Síria e no Sudão.

“A proporção de civis dentre os mortos é excepcionalmente alta, sobretudo considerando seu decurso já há um bom tempo”, comentou Therese Pettersson do Programa de Dados de Conflito de Uppsala (UCDP), na Suécia, que aborda a matéria.

Em conflitos globais monitorados por sua organização desde 1989, proporções similares somente foram identificadas nos genocídios de Srebrenica e Ruanda, e durante o cerco russo a Mariupol, em 2022.

O exército israelense alegou “números incorretos”, contudo, sem fornecer detalhes.

Segundo uma fonte de inteligência que acompanha as forças em campo, no entanto, “as vítimas são elevadas a terroristas após sua morte … se ouvíssemos as brigadas, teríamos a sensação de que 200% dos mortos eram agentes do Hamas”.

Itzhak Brik, general reformado, confirmou que soldados israelenses têm ciência de que as autoridades exacerbam a suposta mortalidade de combatentes. Brik assessorou o premiê Benjamin Netanyahu no início da crise, mas converteu-se a crítico.

“Não existe conexão alguma entre os índices anunciados e a realidade”, insistiu o general. “Tudo não passa de um grande blefe”.

Israel ignora apelos internacionais ao manter ataques indiscriminados aos palestinos de Gaza há quase dois anos, com ao menos 62 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Entre as fatalidades, dezoito mil são crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão a Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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