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‘Ações, não palavras, acabarão com planos de um Estado palestino’, diz Smotrich

21 de agosto de 2025, às 15h28

Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, exibe um mapa para seu projeto colonial E1, em Jerusalém ocupada, em 14 de agosto de 2025 [Menahem Kahana/AFP via Getty Images]

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, saudou o recente aval do governo de um plano de expansão colonial a leste da Cisjordânia ocupada, a fim de seccionar norte e sul do território e inviabilizar um eventual Estado palestino.

A aprovação ignorou alertas internacionais sobre os riscos à chamada solução de dois Estados, de iniciativa ocidental.

Na quarta-feira (20), declarou Smotrich: “Estamos retirando da mesa a ideia de um Estado palestino, não com palavras, mas ações”. Para ele, o novo assentamento representa “um novo prego no caixão deste sonho perigoso”.

Em sua resposta preliminar, a Autoridade Palestina condenou a decisão, ao observar que levará ao isolamento das comunidades ocupadas em enclaves ou bantustões, em áreas desconexas, “semelhantes a verdadeiras prisões”.

Diante das ameaças, a gestão semiautônomo em Ramallah pediu ação urgente de países estrangeiros em reconhecimento da Palestina, como forma de conter avanços.

Smotrich é colono ilegal radicado na Cisjordânia e proponente da tese de “Grande Israel”, com anexação de terras não apenas palestinas, como Líbano, Síria e Jordânia.

Israel intensificou avanços em paralelo ao genocídio em Gaza, com mil mortos, sete mil feridos e dez mil aprisionados arbitrariamente sob invasões militares e pogroms coloniais na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas.

Em julho de 2024, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, admitiu a ilegalidade da ocupação israelense nos territórios de 1967, ao instar evacuação imediata de colonos e soldados, bem como reparações aos nativos.

Em setembro passado, a medida avançou a resolução da Assembleia Geral, com maioria absoluta dos votos e prazo de um ano para ser implementada.

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