Em três meses, Israel mata 1.857 palestinos em busca de ajuda, reporta ONU

4 meses ago

Warning: foreach() argument must be of type array|object, null given in /www/wwwroot/monitordooriente.com/wp-content/plugins/amp/includes/templates/class-amp-post-template.php on line 236
Multidões de palestinos buscam alimento, sob ataques israelenses, em um posto de distribuição na travessia de Zikim, no norte de Gaza, em 18 de agosto de 2025 [Khalil Ramzi Alkahlut/Agência Anadolu]

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos reportou nesta terça-feira (19) que ao menos 1.857 palestinos foram mortos enquanto tentavam obter socorro alimentar em Gaza nos últimos três meses, à medida que o cerco israelense degrada cada vez mais as condições humanitárias.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Chegar aos parcos suprimentos disponíveis é uma jornada mortal”, ressaltou o porta-voz da agência Thameen al-Kheetan a jornalistas em Genebra.

Conforme seu relato, entre 27 de maio e 17 de agosto, o escritório documentou ao menos 1.021 palestinos mortos nos arredores de postos assistenciais da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), sistema israelo-americano imposto em lugar de estruturas estabelecidas da ONU. Outros 836 foram mortos em rota a caminhões humanitários.

“A maioria das mortes, tudo indica, foi cometida pelo exército de Israel”, acrescentou.

Al-Kheetan notou que “a ameaça de morte está em toda parte em Gaza”, como “resultado direto da política israelense de obstruir a assistência humanitária”.

“Nas semanas recentes, autoridades israelenses permitiram a entrada de assistência em quantidades que permanecem muito abaixo do que seria necessário para prevenir a fome generalizada”, reiterou al-Kheetan.

O porta-voz observou ainda que centenas de milhares de palestinos, deslocados à região de al-Mawasi, perto de Khan Younis, no sul de Gaza, têm pouco ou nenhum acesso a bens essenciais, incluindo comida, água, eletricidade e tendas.

Neste sentido, al-Kheetan denunciou escalada de ataques do exército israelense no norte do enclave, com novas ordens de deslocamento compulsório da população.

Volter Turk, alto-comissário, recordou o porta-voz, notou que os planos israelenses para a ocupação plena da Cidade de Gaza, aprovados pelo governo e ratificados pelo exército na última semana, “devem ser suspensos imediatamente”.

Al-Kheetan apontou que o plano constitui “enorme risco” a civis, incluindo deslocamento, morte e miséria.

Sobre um vídeo divulgado pelo ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, observou: “O registro do ministro … assediando o líder palestino Marwan Barghouti, face a face, dentro de uma cadeia israelense, é inaceitável. Seu comportamento é um ataque à dignidade de Barghouti”.

Israel ignora apelos internacionais ao manter ataques indiscriminados aos palestinos de Gaza há quase dois anos, com ao menos 62 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Entre as fatalidades, dezoito mil são crianças.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

LEIA: Hamas revela termos do cessar-fogo em Gaza, nega condições de desarmamento

Sair da versão mobile