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Israel prende ministro da Cultura palestino após ataque de colonos na Cisjordânia

19 de agosto de 2025, às 11h52

Soldados israelenses revistam veículo palestino em checkpoint ilegal no campo de refugiados de al-Am’ari, na região de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, em 18 de agosto de 2025 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Forças israelenses detiveram nesta segunda-feira (18) o ministro da Cultura da Autoridade Palestina, Imad Hamdan, junto de assessores, durante sua visita a Kafr Ni’ma, a oeste de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, reportou a imprensa local.

O incidente sucedeu um ataque de colonos à delegação ministerial, confirmou a agência de notícias palestina Wafa.

Segundo relatos, colonos ilegais agrediram funcionários da pasta, impediram seu acesso a jovens da comunidade de Kafr Ni’ma e apreenderam celulares e documentos.

Hamdan reiterou, contudo, que as “práticas arrogantes” de soldados e colonos “somente fortalecerão a determinação em apoiar a juventude e suas iniciativas e manter atividades culturais apesar de todos os obstáculos impostos pela ocupação”.

Colonos realizaram ao menos 466 ataques contra palestinos e suas propriedades apenas em julho, na Cisjordânia, com quatro mortos e deslocamento compulsório de 50 famílias de duas comunidades beduínas na região.

No contexto do genocídio em Gaza — com 62 mil mortos e 155 mil feridos —, mais de mil palestinos foram mortos e sete mil feridos sob incursões militares e pogroms coloniais na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas.

Em julho de 2024, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, admitiu a ilegalidade da ocupação israelense nos territórios de 1967, ao instar evacuação imediata de colonos e soldados, bem como reparações aos nativos.

Em setembro passado, a medida avançou a resolução da Assembleia Geral, com maioria absoluta dos votos e prazo de um ano para ser implementada.

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