Hamas aceita proposta de cessar-fogo em Gaza; Israel diz avaliar

4 meses ago

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Familiares velam seus mortos por ataques israelenses a Gaza, no Hospital Nasser de Khan Younis, em 17 de agosto de 2025 [Abdallah F. S. Alattar/Agência Anadolu]

O movimento palestino Hamas confirmou nesta segunda-feira (18) aceitar uma proposta dos mediadores Catar e Egito para um eventual cessar-fogo em Gaza, reportou a agência de notícias Anadolu.

Em breve comunicado, o Hamas disse ter informado os mediadores de seu aval ao plano, sem detalhes.

Conforme a imprensa egípcia, o plano pede que as forças da ocupação israelense sejam reposicionadas perto da fronteira para possibilitar o acesso humanitário a Gaza.

A proposta abrange ainda uma suspensão nas ações militares por dois meses, período no qual deve ocorrer uma troca de prisioneiros entre ambas as partes, destacou a emissora Al-Qahera, ao citar fontes egípcias.

Entre os prisioneiros de guerra israelenses ainda em Gaza — após dois anos de operações indiscriminadas de Israel —, deve haver retorno de dez colonos vivos, além de 18 corpos, em troca de um número não especificado de reféns palestinos.

Conforme estimativas, cerca de 50 israelenses permanecem em Gaza, vinte vivos, contra 10.800 presos políticos palestinos, em custódia da ocupação, sob condições de assédio, tortura, negligência médica e mesmo violência sexual.

Israel, por sua vez, alegou avaliar a resposta do Hamas ao plano egípcio-catari. Uma fonte da diplomacia sugeriu, entretanto, à televisão local, que o Hamas aceitou a proposta para “evitar que forças israelenses entrassem em Gaza”.

No domingo (17), após semanas de contenda política e logística com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Eyal Zamir, chefe do Estado-maior do exército israelense, outorgou oficialmente um plano para ocupar plenamente a Cidade de Gaza.

Declarações israelenses, em meio a protestos internacionais, constatam que o objetivo é a reocupação do território, incluindo limpeza étnica dos palestinos nativos.

Segundo a fonte diplomática, a resposta do Hamas “alinha-se em 98% com uma proposta do enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, deferida previamente por Israel”. Todavia, não confirmou indícios de aquiescência israelense.

A mobilização da semana passada, com participação da Turquia, prescindiu da presença dos Estados Unidos, com o presidente Donald Trump concentrado na guerra entre Rússia e Ucrânia e em tratativas com seu homólogo russo, Vladimir Putin.

Na terça-feira (12), uma delegação do Hamas, chefiada por Khalil al-Hayya, líder político do movimento, chegou ao Cairo, para debater a matéria. A visita sucedeu impasse, após a retirada das partes israelo-americanas das conversas de Doha, em julho.

Israel deflagrou seu genocídio em Gaza em outubro de 2023, retaliação e punição coletiva a uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados. Desde então, ao menos 62 mil palestinos foram mortos — dezoito mil, crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Hamas tem declarado há meses intenções de firmar um acordo — sem aval israelense. Netanyahu é acusado de minar negociações por interesse próprio, sob receios de colapso de seu governo e eventual prisão por corrupção em três casos em curso.

Em março, Israel rescindiu unilateralmente um acordo de janeiro para cessar-fogo e troca de prisioneiros, ao retomar seus ataques intensivos a Gaza, assim como cerco absoluto, culminando em uma catástrofe de fome.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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