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42 mil protestos tomam a Europa desde 2023, contra o genocídio em Gaza

19 de agosto de 2025, às 16h01

Centenas protestam contra assassinatos de jornalistas por Israel em Gaza, na Estação Central de Utrecht, na Holanda, em 14 de agosto de 2025 [Mouneb Taim/Agência Anadolu]

Quarenta e dois mil protestos e eventos pró-Palestina em mais de 700 cidades e 20 países tomaram a Europa nos últimos 22 meses, no contexto do genocídio israelense em Gaza, reportou nesta semana o Centro Europeu de Informações da Palestina (EPAL).

Os atos, observou o dossiê, abrangeram membros da sociedade civil e mesmo políticos e parlamentares de diversas nacionalidades europeias.

O EPAL creditou as mobilizações por um impacto considerável na Europa, ao amplificar o isolamento cultural e acadêmico de Israel, bem como conscientização das comunidades sobre a causa e história palestina, frente à narrativa israelense.

Maher Hijazi, membro do conselho de diretores da EPAL, ressaltou mecanismos diversos para documentar as atividades, incluindo correspondentes, colaboradores e voluntários em diversas cidades europeias.

Dados de maio registraram 34 mil atos em 640 cidades, com aumento exponencial desde então. Recordistas são Alemanha, com 5.700 atos; Espanha, com 4.800 atos; Itália, com 4.200 atos; e França, com 3.800 atos; além de Reino Unido, epicentro de protestos, com dados não-computados.

Neste sábado (16), milhares saíram em novos protestos, reportou a agência Anadolu.

Em Estocolmo, na Suécia, ativistas vestidos de preto, com caixões simbólicos, reuniram-se na Praça Odenplan com bandeiras palestinas e retratos de jornalistas mortos por Israel em Gaza e na Cisjordânia.

Em Dublin, na Irlanda, milhares de trabalhadores de saúde marcharam por cessar-fogo.

Em Glasgow, a secretária de Habitação da Escócia, Mairi McAllan se reuniu aos ativistas, com um cartaz escrito “Paz para a Palestina já”.

Na Inglaterra, policiais prenderam 13 manifestantes, durante um ato de apoio ao grupo de ação direta Palestine Action, criminalizado pelo governo de Keir Starmer. As detenções se somam a centenas no fim de semana anterior.

Em Buckinghamshire, milhares cercaram uma base da Força Aérea Real (RAF), pelo fim da cumplicidade militar britânica com o genocídio em curso.

Israel ignora apelos internacionais por cessar-fogo ao manter ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com mais de 62 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob condições de cerco, destruição e fome.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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