O exército israelense comete “medicídio” em Gaza, ao destruir dolosamente o sistema de saúde de Gaza, reportaram especialistas das Nações Unidas nesta quarta-feira (13), por meio de ataques e fome impostos a médicos e enfermeiros no enclave sitiado.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Como seres humanos e peritos da ONU, não podemos manter silêncio diante dos crimes cometidos diante de nossos olhos na Faixa de Gaza”, ressaltaram Francesca Albanese e Tlaleng Mofokeng, relatoras para direito à saúde e direitos humanos na Palestina.
“Para além de testemunharmos o genocídio em curso, vivenciamos um ‘medicídio’, isto é, um componente sinistro da criação de condições calculadas para destruir os palestinos de Gaza”, declararam as especialistas.
Ambas notaram que trabalhadores de saúde seguem “continuamente alvejados, presos e torturados [por Israel], e, agora, como o restante da população, mortos por fome”.
A denúncia corrobora relatos compilados pelas Nações Unidas de profissionais médicos desfalecendo por desnutrição grave, ainda em serviço.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 7 de outubro de 2023 a 11 de junho de 2025, Israel conduziu ao menos 735 ataques à saúde em Gaza, com 917 mortos, 1.411 feridos e 125 instalações danificadas, incluindo 34 hospitais.
“Ataques deliberados a serviços, profissionais e instalações de saúde — grave violação da lei internacional — devem cessar agora mesmo”, concluíram as relatoras, ao urgir cessar-fogo como “primeiro passo para responsabilizar Israel” e “impedir o extermínio” em Gaza.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 62 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.








