Netanyahu reivindica ‘missão histórica, espiritual por Grande Israel’

4 meses ago

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Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em evento no Knesset (parlamento), em Jerusalém ocupada, em 11 de agosto de 2025 [Ohad Zwigenberg/AFP/Getty Images]

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a alegar uma “missão histórica e espiritual” por seu projeto supremacista de “Grande Israel”, englobando grande parte de territórios estrangeiros no Oriente Médio.

Sua promessa expansionista — abrangendo Palestina, Síria, Líbano, e mesmo Jordânia e Egito — repetiu-se nesta segunda-feira (12) ao canal israelense i24, reportada pelo jornal Times of Israel.

Em sua entrevista, Netanyahu insistiu comandar uma “missão geracional … portanto, se me perguntar se sinto que é uma missão histórica e espiritual, digo que sim”.

Suas reivindicações coincidem declarações logo no início do genocídio em Gaza, quando proclamou uma “guerra santa contra as crianças das trevas”. As declarações são também interpretadas como prova de dolo de desumanização e extermínio.

Netanyahu é foragido em 120 países, sob mandado de prisão deferido em novembro pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, junto do ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

Em janeiro, o Ministério de Relações Exteriores israelense publicou em suas plataformas digitais um mapa com legenda facciosa, ao referir-se ao Estado, criado via limpeza étnica em 1948, como milenar, sob alegação fundamentalista de “reino judeu”.

O mapa abrangeu partes consideráveis dos países árabes supracitados.

O Egito, envolvido em negociações correntes por cessar-fogo em Gaza, limitou-se a pedir “esclarecimentos”, mas alertou que os comentários “alimentam instabilidade e sugerem oposição à paz na região”.

O Ministério de Relações Exteriores da Jordânia, por sua vez, caracterizou as declarações como “escalada perigosa e provocatória, ameaça à soberania dos Estados e violação das leis internacionais e da Carta das Nações Unidas”.

Em nota mais contundente, disse Amã: “Tais alegações delirantes não afetarão a postura dos Estados árabes e da Jordânia, tampouco mitigarão os direitos legítimos e inalienáveis do povo palestino”.

Alertas similares ressoaram de Iêmen, Catar, Arábia Saudita e outros.

A Liga Árabe denunciou “tendências agressivas e expansionistas” de Israel, como “grave ameaça à segurança nacional coletiva do mundo árabe”.

A Organização para Cooperação Islâmica (OCI), por sua vez, notou “riscos dessa retórica colonial e expansionista, incluindo ameaça à paz e segurança regional e internacional, de modo a incitar ciclos de violência e prorrogar e expandir conflitos”.

O termo “Grande Israel” ganhou tração após a ocupação ilegal de Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza, bem como dos territórios sírios de Golã e da península do Sinai, do Egito, em junho de 1967.

Em setembro de 2023, ainda antes de eclodir a crise em Gaza, Netanyahu apresentou um mapa de seu projeto expansionista à Assembleia Geral das Nações Unidas, preconizando avanços coloniais e militares por todo o Oriente Médio.

Desde então, intensificou violações na Palestina ocupada, com mais de mil mortos e dez mil presos políticos na Cisjordânia e Jerusalém, incluindo sucessivos pogroms realizados por colonos ilegais contra comunidades nativas.

Em Gaza, são 62 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob sítio, destruição e fome. As ações levaram Israel ao banco dos réus do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia de genocídio deferida em janeiro de 2024.

Em julho, em determinação inédita, a corte reconheceu a ilegalidade da ocupação militar israelense nos territórios expropriados em 1967, ao instar evacuação imediata de colonos e soldados e reparação aos palestinos nativos.

Em setembro, a medida avançou a resolução da Assembleia Geral, com maioria absoluta dos votos e prazo de um ano para ser implementada — porém, sem aval até então.

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