clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Chefe da UNRWA denuncia Israel por ‘silenciar’ jornalistas

13 de agosto de 2025, às 00h15

Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), em Berlim, na Alemanha, em 24 de junho de 2025 [Carsten Koall/Getty Images]

Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), denunciou Israel por matar deliberadamente jornalistas em Gaza, no intuito de “silenciar vozes” que reportam as atrocidades cometidas no enclave.

Lazzarini corroborou que o número de jornalistas mortos ao longo do genocídio excede 200 vítimas, com total impunidade, ao expressar “horror” sobre o bombardeio de domingo (10) a uma tenda de imprensa, com seis profissionais mortos.

“Israel impede ainda o acesso de repórteres internacionais, para que cubram com independência a situação em campo, após quase dois anos de guerra”, declarou o oficial.

Lazzarini reiterou que trabalhadores de imprensa constituem categoria protegida sob o direito internacional e devem receber apoio a seu “trabalho heroico” em Gaza.

Para o diplomata, “esta é a única forma de reagir à desinformação e evitar dúvidas sobre a escala das atrocidades conduzidas em Gaza”.

O exército israelense admitiu alvejar uma tenda perto do Hospital al-Shifa, na noite deste domingo (10), resultando em seis jornalistas mortos, incluindo os correspondentes da Al Jazeera Anas al-Sharif e Mohamed Qraiqea.

Os assassinatos sucederam em somente dois dias o anúncio de Tel Aviv sobre planos para ocupar integralmente Gaza, após 22 meses de extermínio.

Estima-se quase 270 jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas mortos, entre as 62 mil vítimas fatais do genocídio, desde outubro de 2023.

O regime ocupante trata comunicação como parte crucial de sua política de propaganda de guerra, em detrimento dos direitos da liberdade de imprensa, assim como do direito do público a transparência e informação.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.