A Anistia Internacional condenou nesta segunda-feira (11) o “assassinato deliberado” por Israel de seis jornalistas na Faixa de Gaza, ao notar que as vítimas eram “olhos e vozes” da população do enclave.
As informações são da agência Anadolu.
Na rede social X (Twitter), reiterou a organização de direitos humanos: “A Anistia condena firmemente o assassinato deliberado de jornalistas em um ataque aéreo de Israel, contra uma tenda de imprensa na Cidade ocupada de Gaza”.
O exército israelense admitiu alvejar uma tenda perto do Hospital al-Shifa, na noite deste domingo (10), resultando em seis jornalistas mortos, incluindo os correspondentes da Al Jazeera Anas al-Sharif e Mohamed Qraiqea.
A Anistia saudou as vítimas como “olhos e vozes de Gaza”, que, apesar de sua exaustão e fome, em como luto e ameaças de morte de lideranças israelenses, seguiram reportando bravamente nas linhas de frente.
“Nenhum conflito na história moderna viu número tão alto de jornalistas mortos quanto o genocídio conduzido por Israel em Gaza, contra o povo palestino”, ressaltou a Anistia, ao reivindicar ações urgentes para dar fim ao genocídio.
A organização instou ainda investigações independentes sobre as mortes dos jornalistas, com justiça e reparação às famílias.
“Anas al-Sharif, Ibrahim Zaher, Moamen Aliwa, Mohammed al-Khalidi, Mohammed Noufal e Mohammed Qreiqeh deveriam estar vivos”, acrescentou o comunicado.
Os assassinatos sucederam em apenas dois dias o anúncio do governo israelense de um plano para ocupar integralmente Gaza, após 22 meses de campanha de extermínio.
Trabalhadores de imprensa são categoria protegida pela lei internacional. No entanto, são quase 270 entre as 62 mil vítimas fatais do genocídio, desde outubro de 2023.
O regime ocupante trata comunicação como parte crucial de sua política de propaganda de guerra, em detrimento dos direitos da liberdade de imprensa, assim como do direito do público a transparência e informação.
Dado que correspondentes estrangeiros seguem impedidos de entrar em Gaza, somente jornalistas palestinos — em contrato freelance ou mesmo voluntário — permanecem no enclave, incumbidos de cobrir seu próprio morticínio.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.








