Autoridades da ocupação israelense iniciaram as obras de uma rodovia de uso exclusivo a colonos ilegais a nordeste de Jerusalém Oriental, reportou neste domingo (10) o governo palestino da província em comunicado oficial.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
A nota observou que tratores israelenses inauguraram os esforços na aldeia palestina de Hizma, sob escolta militar.
Segundo o alerta, as obras constituem “crime com intuito de alterar as características da região, a fim de lhe impor supremacia judaica”.
“O regime israelense continua a acelerar a expropriação de terras, ampliar a expansão de assentamentos e praticar os crimes mais hediondos de limpeza étnica contra os cidadãos palestinos de Jerusalém e de toda a Área C — em flagrante desafio a todas as resoluções das Nações Unidas”, prosseguiu o comunicado.
A Área C, que compreende quase 61% da Cisjordânia, segue sob controle civil e militar de Israel, desde a partilha da região sob os Acordos de Oslo.
As obras de apartheid, indicou a nota, coincidem com esforços israelenses para alterar e subjugar “as realidades demográfica, histórica, política e legal da Cisjordânia — incluindo Jerusalém Oriental —, a fim de impedir o estabelecimento de um Estado palestino e minar o plano de dois Estados”.
Segundo o Comitê para Resistência à Colonização e ao Muro, Israel construiu ao menos 710 assentamentos e postos avançados ilegais na Cisjordânia ocupada desde 1967 — um a cada oito quilômetros quadrados.
Desde o início do genocídio em Gaza, em outubro de 2023, forças israelenses mataram ao menos 1.024 palestinos na Cisjordânia, além de sete mil feridos e dez mil presos políticos — detidos arbitrariamente, muitas vezes sem julgamento ou sequer acusação.
Em julho de 2024, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação no territórios palestinos de 1967, ao reivindicar a evacuação imediata de colonos e soldados e reparações aos nativos.
Em setembro, a medida evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, por maioria absoluta dos votos e com prazo de um ano para ser implementada — porém, sem anuência israelense até então.
![Assentamento ilegal de Karmel, perto de Masafer Yatta, na região de Hebron, na Cisjordânia ocupada, em 7 de agosto de 2025 [Mosab Shawer/AFP/Getty Images]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2025/08/GettyImages-2228179288.webp)