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Israel inicia obras de nova estrada do apartheid ao norte de Jerusalém ocupada

11 de agosto de 2025, às 11h19

Assentamento ilegal de Karmel, perto de Masafer Yatta, na região de Hebron, na Cisjordânia ocupada, em 7 de agosto de 2025 [Mosab Shawer/AFP/Getty Images]

Autoridades da ocupação israelense iniciaram as obras de uma rodovia de uso exclusivo a colonos ilegais a nordeste de Jerusalém Oriental, reportou neste domingo (10) o governo palestino da província em comunicado oficial.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

A nota observou que tratores israelenses inauguraram os esforços na aldeia palestina de Hizma, sob escolta militar.

Segundo o alerta, as obras constituem “crime com intuito de alterar as características da região, a fim de lhe impor supremacia judaica”.

“O regime israelense continua a acelerar a expropriação de terras, ampliar a expansão de assentamentos e praticar os crimes mais hediondos de limpeza étnica contra os cidadãos palestinos de Jerusalém e de toda a Área C — em flagrante desafio a todas as resoluções das Nações Unidas”, prosseguiu o comunicado.

A Área C, que compreende quase 61% da Cisjordânia, segue sob controle civil e militar de Israel, desde a partilha da região sob os Acordos de Oslo.

As obras de apartheid, indicou a nota, coincidem com esforços israelenses para alterar e subjugar “as realidades demográfica, histórica, política e legal da Cisjordânia — incluindo Jerusalém Oriental —, a fim de impedir o estabelecimento de um Estado palestino e minar o plano de dois Estados”.

Segundo o Comitê para Resistência à Colonização e ao Muro, Israel construiu ao menos 710 assentamentos e postos avançados ilegais na Cisjordânia ocupada desde 1967 — um a cada oito quilômetros quadrados.

Desde o início do genocídio em Gaza, em outubro de 2023, forças israelenses mataram ao menos 1.024 palestinos na Cisjordânia, além de sete mil feridos e dez mil presos políticos — detidos arbitrariamente, muitas vezes sem julgamento ou sequer acusação.

Em julho de 2024, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação no territórios palestinos de 1967, ao reivindicar a evacuação imediata de colonos e soldados e reparações aos nativos.

Em setembro, a medida evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, por maioria absoluta dos votos e com prazo de um ano para ser implementada — porém, sem anuência israelense até então.