Chefe militar de Israel prevê 200 mil reservistas necessários para ocupar Gaza

4 meses ago

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Eyal Zamir, chefe do Estado-maior do exército de Israel, alertou que ocupar integralmente Gaza demandaria cerca de 200 mil reservistas, apontou a rádio israelense Kan, conforme reportagem da agência de notícias Anadolu.

Seus comentários foram proferidos durante um encontro tenso do gabinete israelense na quinta-feira (7), com dez horas de duração, no qual o premiê Benjamin Netanyahu impôs seu “plano gradual” para tomar pleno controle da Faixa de Gaza.

O plano foi aprovado na manhã de sexta-feira (8), apesar de ressalvas de oficiais militares, bem como veteranos e analistas, incluindo Zamir.

A rádio Kan, ao mencionar fontes anônimas, reportou que Zamir advertiu para a exigência de recursos logísticos e infraestrutura, de que suas tropas hoje carecem.

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“Não existe infraestrutura civil em atividade para realocar a população”, comentou Zamir, sobre a proposta de transferência compulsória e limpeza étnica de Netanyahu. “Podemos precisar estabelecer hospitais e, nós mesmos, fornecer ajuda”.

Zamir chegou a sugerir remover os reféns da agenda oficial de objetivos de guerra, apesar de protestos da população convocados por parentes dos soldados ainda remanescentes no enclave, após dois anos de intensiva campanha militar.

O ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, de sua parte, rechaçou qualquer fator humanitário.

Conforme a imprensa israelense, o plano envolve avanços por terra ao centro de Gaza e à cidade homônima, novo deslocamento à força de um milhão de civis ao sul, e operações ainda mais intensas a áreas residenciais.

A segunda fase deve alvejar campos de refugiados — amplamente já devastados.

Em nota, o gabinete de Netanyahu anunciou que suas forças se preparam para “rematar o controle sobre a Faixa de Gaza”. A declaração do premiê incitou nova onda de repúdio da comunidade internacional, incluindo aliados e cúmplices, como Alemanha.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 61 mil mortos e 150 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados sob cerco, devastação e fome. As vítimas são, em maioria, mulheres e crianças.

Netanyahu é foragido em 120 países, sob mandado de prisão emitido em novembro pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em Gaza.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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