clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Israel bombardeou mais de 500 escolas-abrigos em Gaza, reporta HRW

8 de agosto de 2025, às 13h03

Palestinos buscam abrigo em meio a bombardeios israelenses à escola Abu Hilo, administrada pela ONU, no campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza, em 17 de julho de 2025 [Moiz Salhi/Agência Anadolu]

A organização internacional Human Rights Watch (HRW) confirmou que Israel bombardeou ao menos 500 escolas convertidas em abrigos a deslocados à força na Faixa de Gaza desde o início do genocídio, em outubro de 2023.

Em informe desta quinta-feira (7), reportou o HRW: “Desde outubro de 2023, autoridades israelenses executaram centenas de ataques a escolas que abrigavam palestinos deslocados, incluindo ataques ilegais e indiscriminados com munição estadunidense, ao matar centenas de civis e danificar ou destruir, na prática, todas as escolas de Gaza”.

A organização alertou para as consequências de longo prazo das violações, sobretudo à infraestrutura civil e de educação: “Os ataques israelenses negam aos civis acesso seguro a abrigo e devem contribuir para a interrupção do acesso à educação por muitos anos, à medida que reparo e reconstrução devem exigir recursos e tempo”.

Os bombardeios a escolas-abrigos, incluindo administradas pela Agência da ONU para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), são parte da campanha militar israelense em curso contra Gaza, agravando as condições humanitárias.

“Governos que fornecem armas a ataques ilegais — incluindo os Estados Unidos — devem instituir embargo de armas ao governo de Israel e assumir medidas urgentes para aplicar a Convenção da ONU para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio”, acrescentou a nota. 

LEIA: É hora de sanções contra Israel para cessar a carnificina em Gaza

As ações de Israel deixaram ao menos 60 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob destruição, cerco e fome — estima-se 18.500 crianças mortas.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.