Duas outras pessoas morreram de fome sob cerco militar israelense na Faixa de Gaza, em um período de 24 horas, reportou nesta quinta-feira (31) Muneer Alboursh, diretor-geral do Ministério da Saúde, segundo informações da agência Anadolu.
Entre as vítimas, uma criança, confirmou Alboursh.
As novas fatalidades por inanição elevaram o total, desde outubro de 2023, a ao menos 159 vítimas, incluindo 90 crianças.
“Essas pessoas não morreram de repente”, reiterou Alboursh. “Definharam — dia após dia, sob um bloqueio que lhes nega comida e medicamentos, sob o silêncio global que insiste em equiparar o opressor e sua vítima”.
“Cada número é um nome”, acrescentou. “Cada criança tinha um sonho. E cada morto precisava de não mais que uma refeição … ou leite … ou cuidados”.
Israel mantém um cerco militar a Gaza há 18 anos, porém intensificado no decorrer do genocídio, desde outubro de 2023. Em 2 de março, o exército colonial fechou todas as travessias de fronteira, degradando ainda mais a situação humanitária.
Desde maio, corredores armados da chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês), mecanismo israelo-americano posto em lugar de estruturas das Nações Unidas, se converteram em “armadilhas mortais”, com ao menos mil mortos.
Israel ignora apelos internacionais por cessar-fogo ao manter ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com 60 mil mortos e dois milhões de desabrigados.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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