Israel ameaçou cessar a assistência humanitária lançada de aviões militares a Gaza caso as equipes envolvidas registrem a devastação em massa imposta ao enclave, confirmou reportagem do jornal israelense Haaretz.
Segundo as informações, autoridades ocupantes exigiram dos países envolvidos, como Jordânia e Emirados Árabes Unidos, que censurem qualquer documentação das regiões assoladas pelo genocídio, para encobrir seus crimes do público internacional.
De sua parte, o gabinete de comunicação do governo local alertou que Israel insiste em impedir o acesso de repórteres em Gaza. “Se sua narrativa é verdade”, questionou em nota, “porque jornalistas não podem entrar?”
As Nações Unidas estimam que 70% das estruturas civis de Gaza foram destruídas, em parte ou no todo, somando 40 milhões de toneladas de escombros.
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Israel mantém um cerco militar a Gaza há 18 anos, porém intensificado no decorrer do genocídio, desde outubro de 2023. Em 2 de março, o exército colonial fechou todas as travessias de fronteira, degradando ainda mais a situação humanitária.
Desde maio, corredores armados da chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês), mecanismo israelo-americano posto em lugar de estruturas das Nações Unidas, se converteram em “armadilhas mortais”, com ao menos mil mortos.
Estima-se que 147 palestinos morreram de fome, incluindo 88 crianças.
Especialistas advertem que os envios aéreos são medida meramente cosmética, dada a extensão da devastação.
Israel ignora apelos internacionais por cessar-fogo ao manter ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com 60 mil mortos e dois milhões de desabrigados.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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