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Ao bloquear fórmula, Israel ameaça de morte 40 mil bebês na Faixa de Gaza

30 de julho de 2025, às 09h42

Salim, de sete meses, sofre de inanição sob cerco de Israel, na Cidade de Gaza, em 26 de julho de 2025 [Ahmed Jihad Ibrahim al-Arini/Agência Anadolu]

Ao menos 40 mil bebês enfrentam risco de morte na Faixa de Gaza à medida que Israel insiste em impedir a entrada de fórmula infantil ao enclave sitiado, ressaltaram oficiais nesta segunda-feira (28), conforme reportagem da agência Anadolu.

“Há risco iminente de morte para milhares de crianças em Gaza devido à proibição das forças ocupantes da entrada de leite em pó [fórmula infantil]”, alertou em comunicado o gabinete de comunicação do governo local.

“Gaza está à margem de uma catástrofe humanitária sem precedentes, que ameaça a vida de dezenas de milhares de crianças, enquanto Israel continua a obstruir a entrada de insumos há 150 dias, em um genocídio silencioso”, acrescentou.

“Quarenta mil bebês com menos de um ano enfrentam uma morte lenta pelo bloqueio sufocante e criminoso”.

O informe pediu abertura imediata e incondicional das travessias de fronteira e acesso humanitário. Deste modo, responsabilizou Israel e apoiadores por “cada vida inocente perdida, como resultado de seu embargo sistêmico”.

Imagens de Gaza chocaram o mundo nas últimas semanas, com residentes — incluindo crianças — reduzidos a pele e osso, exaustos, desnutridos e desidratados. 

Israel mantém um cerco militar a Gaza há 18 anos, porém intensificado no decorrer do genocídio, desde outubro de 2023. Em 2 de março, o exército colonial fechou todas as travessias de fronteira, degradando ainda mais a situação humanitária.

Estima-se que 147 palestinos morreram de fome, incluindo 88 crianças.

Israel ignora apelos internacionais por cessar-fogo ao manter ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com 60 mil mortos e dois milhões de desabrigados.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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