O Papa Leão XIV enfrenta chamados cada vez mais eloquentes para agir em relação a Gaza, incluindo sugestões de que lidere uma missão assistencial ao enclave sitiado, em meio à pior da catástrofe humanitária.
A pressão é resposta a uma postagem do pontífice na rede social X (Twitter), na qual lamentou a morte de três cristãos, por um ataque israelense, dentro da Igreja da Sagrada Família, de denominação católica, na Cidade de Gaza, na última semana.
Leão expressou “tristeza” sobre o incidente e prometeu “orar pelas vítimas”. Mais tarde, após uma nota fria, identificou os mortos, Saad Issa Kostandi Salameh, Foumia Issa Latif Ayyad e Najwa Ibrahim Latif Abu Daoud, ao oferecer “apoio espiritual” a suas famílias e sua comunidade.
Alguns agradeceram o gesto; outros disseram não ser o bastante.
Seu comunicado preliminar, compartilhado no dia seguinte do ataque, confirmou mortos, mas sequer identificou Israel como agressor.
A omissão atraiu críticas e levou a comparações com seu antecessor, o papa Francisco, conhecido por suas críticas contumazes à guerra israelense em Gaza, bem como comunicação regular com a comunidade cristã sob genocídio.
I would love to see Pope Leo *lead* a delegation to Gaza and bring medical supplies and food/water to people who are literally in the last deadly stages of famine.
There’s still (barely) time to reverse profound health consequences for many thousands caused by Israel. https://t.co/gooGaSRonH
— Dr Altha Cravey (@LocoCravey) July 21, 2025
Agora, soma-se pressão para que Leão não apenas seja mais firme em suas palavras, como aja efetivamente.
“O papa deve ir a Gaza e levar ajuda”, escreveu um usuário nas redes sociais. “Deveria desafiar Israel a impedi-lo. Palavras, não importa se são de coração, não salvaram uma única criança com fome”.
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Outro sugeriu que o papa carregasse um barco com comida e medicamentos: “Após as Nações unidas declararem o estágio final da fome endêmica, potencialmente irreversível para milhões de pessoas, atos de coragem são a única chance”.
Go to Gaza.
Personally.
Your presence there will force governments and the media to pay attention, to cover the situation, and to act.
Gazans are being literally mass-starved to death.
DO SOMETHING!!! #FeedGazaNOW#StopTheGenocide https://t.co/5n4zu6nPcE— Angela Milanese (@AngelaMilanese) July 20, 2025
Alguns notaram o status único do pontificado na arena internacional: “Existem apenas seis ou sete pessoas que Israel não teria culhão, ou autorização dos Estados Unidos, para assassinar caso levassem ajuda — o papa é uma delas”.
“Encha um avião com assistência humanitária, rompa o cerco aéreo”, sugeriu outro usuário. “O que vão fazer? Derrubar o avião? O avião do papa?”.
There is a very simple and easy way to put an end to this.
Go to Gaza yourself.
You’re literally the Pope.
Dare this devil to arrest you, in the eyes of the world and let’s see where Catholics really stand. https://t.co/EqXJypi1nQ
— Mona (@lovingmona_) July 21, 2025
Na última semana, o Escritório de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) advertiu que as famílias de Gaza sofrem uma “fome catastrófica”, com suas crianças “definhando e morrendo” antes de conseguirem ajuda.
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Desde então, a Defesa Civil palestina confirmou dezenas de crianças mortas por inanição. Segundo Mahmud Bassal, porta-voz da agência: “Essas mortes, de partir o coração, não se dão por bombardeio direto, mas pela fome — pela falta de serviços básicos de saúde, pela falta de comida e de fórmula infantil”.
Publicado originalmente em inglês na rede Middle East Eye, em 21 de julho de 2025








