Milhares de tunisianos protestaram na capital Túnis nesta sexta-feira (25), contra os “avanços autoritários” do presidente Kais Saied, ao acusá-lo de transformar o país — berço da Primavera Árabe — em uma “prisão a céu aberto”.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Sob o slogan “A República é uma grande prisão”, manifestantes marcharam ao longo da avenida Habib Bourguiba, ao reivindicarem a soltura de líderes da oposição, bem como jornalistas e ativistas presos sob a escalada do governo.
O ato marcou o quarto aniversário da tomada de poder por Saied, que, em 2021, via decreto, dissolveu o parlamento. Desde então, em meio ao “golpe”, Saied substituiu o judiciário por colaboracionistas, detendo dissidentes.
Dentre as palavras de ordem: “Sem medo … as ruas pertencem ao povo” e “O povo quer a queda do regime”.
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Para Monia Ibrahim, esposa do político encarcerado Abdelhamid Jelassi, em contato com a agência Reuters, “o objetivo é combater a tirania e restaurar a democracia, ao exigir, portanto, libertação de nossos presos políticos”.
Entre os oposicionistas presos, estão Rached Ghannouchi e Abir Moussi, líderes dos Ennahda e Livre Constitucional. Outras dezenas, incluindo jornalistas e advogados, receberam penas abusivas por “terrorismo” e “conspiração”.
Centenas deixaram o país, em busca de asilo na Europa.
Segundo Saib Souab, filho do advogado e preso político Ahmed Souab, “os presídios estão cheios de adversários de Saied”.
“A Tunísia toda virou uma prisão a céu aberto”, reafirmou. “Mesmo aqueles que não estão atrás das grades vivem em estado de liberdade restrita, sob risco constante de serem presos por absolutamente qualquer razão”.