clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Doenças transmitidas pela água sobem 150% em Gaza, sob cerco israelense

25 de julho de 2025, às 13h24

Palestinos inspecionam escombros após bombardeios israelenses a área residencial, no campo de refugiados de al-Bureij, no centro de Gaza, em 23 de julho de 2025 [Hassan Jedi/Agência Anadolu]

A Oxfam, organização radicada no Reino Unido, voltou a advertir para a situação crítica de saúde imposta pelo bloqueio israelense em Gaza, com um aumento de quase 150% em doenças transmitidas pela água.

A instituição reafirmou nesta quinta-feira (24) que o enclave palestino se converteu em uma “placa de petri para doenças”, enquanto milhões de dólares em ajuda humanitária apodrecem em armazéns por toda a região.

“Doenças transmitidas pela água, facilmente evitáveis ou tratáveis, aumentaram quase 150% em Gaza no último trimestre, à medida que Israel bloqueia de forma deliberada a entrada de assistência”, destacou o comunicado.

Ao citar dados de diversas agências de saúde, a Oxfam notou que o número de pessoas que se apresentaram a clínicas e hospitais com diarreia aquosa aguda subiu 150%, para além de diarreia hemorrágica em 302% e icterícia em 101%.

LEIA: Gaza vive crise de sede, sob ataques de Israel e destruição de infraestrutura civil

A Oxfam alertou que o surto de doenças deve “rapidamente se tornar letal”, sobretudo enquanto palestinos seguem privados de alimento, água, abrigo e cuidados adequados de saúde, por mais de 21 meses.

A organização reiterou que o volume de assistência que jaz no limbo, nos armazéns da região, cobre uma área de 75 hectares — ou 101 campos de futebol.

“Esta ajuda abrange abrigos, comida e suprimentos para combater a desnutrição, além de itens de água e saneamento e medicamentos — vitais para responder à propagação de doenças”, acrescentou.

Para Bushra Khalidi, diretora política da Oxfam para a Palestina ocupada, “as condições impostas aos palestinos de Gaza criaram uma placa de petri para doenças”.

“É uma vergonha que Israel tem sido permitido sitiar Gaza e criar uma catástrofe. Nada basta, além de acesso completo a Gaza, para entregar assistência em escala de massa, capaz de aliviar as condições de vida imposta às pessoas”, concluiu Khalidi.

LEIA: 85% de Deir al-Balah sofre com falta d’água, alerta ONU