O governo israelense destinou US$274 milhões adicionais a projetos de assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada, horas após o parlamento (Knesset) aprovar uma moção para anexar o território, reportou nesta quinta-feira (24) a imprensa local.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Conforme reportagem do Israel Hayom, os ministros Miri Regev (Transportes) e Bezalel Smotrich (Finanças) aprovaram um orçamento de 918 milhões de shekels — US$274.6 milhões —, ainda na noite de quarta-feira (23).
O valor deve se destinar a projetos de infraestrutura e reabilitação viária, para conectar os assentamentos na Cisjordânia com cidades israelenses.
Horas antes, o Knesset aprovou uma resolução não-vinculativa para anexar as terras — em violação da lei internacional.
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Regev alegou que a soma se dá de acordo com “políticas claras de aplicar soberania” às terras ocupadas, com “bilhões gastos na infraestrutura dos assentamentos”.
Smotrich ecoou a tese de “soberania de facto”, na promessa de integrar um milhão de colonos ilegais à população de Israel.
Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967. Em julho último, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça reconheceu a ilegalidade da ocupação, ao instar evacuação dos colonos e soldados e reparações aos nativos.
Em setembro, a medida avançou a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, com maioria absoluta dos votos e prazo de um ano para ser implementada.
Israel, no entanto, mantém sua escalada na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas, com quase mil mortos, sete mil feridos e dez mil detidos arbitrariamente desde outubro de 2023 — na maioria, sem julgamento ou acusação; reféns, por definição.
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