O parlamento de Israel (Knesset) deve votar nesta quarta-feira (23) uma declaração de apoio à imposição da “soberania” israelense sobre a Cisjordânia. A votação encerrará a sessão final do Knesset antes do recesso de meio do ano.
A medida foi introduzida à agenda pelos deputados extremistas Simcha Rothman, Orit Strock, Dan Illouz e Oded Forer. A presidência do legislativo aprovou a tramitação nesta segunda (21), apesar de crise sensível doméstica e internacionalmente.
Embora a peça seja não-vinculativa, insta o regime do foragido internacional Benjamin Netanyahu a “assumir medidas para implementar soberania na Judeia e Samaria [sic]”, reunindo deputados governistas e opositores.
Segundo o Canal 12, diplomatas têm pressionado o Knesset a esclarecerem se a peça é mero apelo ao governo ou sinal de novas ações, incluindo aprovação parlamentar para uma eventual anexação ilegal.
O voto é visto como parte da política israelense de promover controle gradual sobre a Cisjordânia ocupada, através da expulsão da população palestina nativa e substituição por colonos — isto é, limpeza étnica.
A sessão acompanha uma votação prévia na qual o Knesset rechaçou unilateralmente, por ampla maioria, o direito palestino de se estabelecer um Estado próprio, mensagem clara à comunidade internacional no contexto do genocídio em Gaza.
Soldados e colonos israelenses intensificaram ações na Cisjordânia, com 998 palestinos mortos e 700 feridos, desde outubro de 2023, paralelamente à catástrofe de Gaza. Dez mil permanecem ainda encarcerados arbitrariamente.
Em julho último, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao instar evacuação imediata e reparação aos nativos.
Em setembro, a decisão evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas — por maioria absoluta dos votos, com prazo de um ano a ser executada.
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