Seis instalações de saúde em Gaza cessaram os serviços, devido à escassez de insumos combustíveis resultante do fechamento das fronteiras pelo exército de Israel, há quase quatro meses, reportou nesta terça-feira (22) o Ministério da Saúde local.
O comunicado listou os locais impactados: o Hospital al-Khidmah, centro de oxigênio; a Clínica al-Salam, a Clínica al-Shati, o Centro al-Jalaa e o Centro Haidar Abdel Shafi.
O fechamento sucedeu múltiplos alertas, causado pela “persistente recusa de Israel em permitir que a Organização Mundial da Saúde (OMS) entregasse insumos combustíveis aos hospitais de Gaza, sobretudo na região norte”.
O ministério advertiu também que os serviços em todos os hospitais remanescentes do enclave podem parar em 48 horas, caso não cheguem recursos.
A pasta descreveu o cerco israelense — incluindo de medicamentos — como “tentativa deliberada de destruir o que restou do sistema de saúde” de Gaza.
Na semana passada, a Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) confirmou níveis críticos nos estoques de combustível.
Em 12 de julho, um comunicado de diversas agências da ONU insistiu que, sem energia, operações humanitárias entrariam em colapso. A nota caracterizou o combustível em falta como “linha vital” para a população — ao alimentar hospitais, ambulâncias, redes de água e saneamento e todos os componentes do processo humanitário.
Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde outubro de 2023, incluindo hospitais, clínicas e abrigos, com mais de 59 mil mortos e dois milhões de desabrigados sob catástrofe de fome. As vítimas são, em maioria, mulheres e crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
