Caso as partes envolvidas na recente crise síria avancem a divisão e desestabilização, a Turquia poderá intervir, ao enxergar a conjuntura como ameaça de segurança nacional, alertou nesta terça-feira (22) o ministro de Relações Exteriores Hakan Fidan, conforme reportagem da agência Anadolu.
Segundo Fidan, seu governo está disposto ao diálogo e a ouvir as demandas dos grupos na Síria, desde que não envolva fragmentação.
“Discutiremos o que quiserem, qualquer pedido que tiverem. A Turquia está disposta a ajudar, mas não permitiremos estar sob qualquer ameaça”, declarou Fidan a jornalistas junto de sua homóloga salvadorenha, Alexandra Hill, em visita a Ancara.
Sobre a recente agressão israelense à Síria, Fidan insistiu que o regime ocupante busca “uma política voltada a enfraquecer a região e mantê-la no caos”.
O chanceler reiterou que Ancara monitora de perto os eventos no sul da Síria, incluindo a intervenção israelense. Para Fidan, a ação contradiz uma “abordagem construtiva” de agentes regionais e internacionais diante da nova conjuntura síria — sob administração transicional há sete meses, após a queda da ditadura de Bashar al-Assad.
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O emissário-chefe do presidente Recep Tayyip Erdogan alegou ainda que seu país segue esforços para encerrar conflitos na região e além, mediante diplomacia.
Fidan reconheceu que a Turquia está dentre as nações mais afetadas pela instabilidade regional, sobretudo em termos de “terrorismo” e “imigração ilegal”.
“Apesar disso, seguimos promovendo a boa vontade como visão estratégica”, declarou. “Nossas relações com Iraque, Síria e Irã evoluem neste sentido”.
Em 13 de julho, confrontos eclodiram entre árabes beduínos e drusos na província de Suwayda, no sul da Síria. Israel explorou a crise para escalar ataques aéreos, incluindo contra infraestrutura civil-militar na capital Damasco.
A campanha israelense, apesar do pretexto, tem rejeição da comunidade drusa na Síria.
Em resposta, o governo sírio do presidente interino Ahmed al-Sharaa anunciou acordos de cessar-fogo em Suwayda — o último no sábado (19) —, bem como retirada de suas tropas da região.
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